Quais os Processos Terapêuticos

1) Entrevista de Anamnese:
A entrevista de anamnese é o primeiro passo essencial no processo de acompanhamento psicológico. Para os pais que buscam ajuda para seu filho, é importante entender que essa entrevista é uma conversa inicial entre o psicólogo e os adultos responsávei.Durante a anamnese serão coletadas informações detalhadas sobre o histórico de vida do paciente, incluindo aspectos emocionais, comportamentais, familiares e sociais. O objetivo é compreender melhor o que está acontecendo e identificar os fatores que podem estar influenciando o bem-estar do paciente.
Essa entrevista permite ao psicólogo construir uma visão completa e contextualizada das dificuldades apresentadas, o que é fundamental para definir o melhor plano de intervenção e apoio. Para os pais, é um momento de compartilhar preocupações, dúvidas e expectativas, ajudando o profissional a entender de forma mais profunda a dinâmica familiar e as necessidades do filho.
2) Sessões Iniciais e Criação de Vínculo Terapêutico
As sessões iniciais de criação de vínculo terapêutico com crianças e adolescentes são fundamentais para estabelecer uma relação de confiança entre o paciente e o psicólogo. Esse vínculo é a base para que o processo terapêutico seja eficaz.Com crianças, frequentemente são utilizadas brincadeiras, jogos, desenhos, contação de histórias e outros recursos lúdicos para se aproximar e criar um ambiente seguro e acolhedor. O objetivo é fazer com que a criança se sinta confortável e à vontade para expressar seus sentimentos e pensamentos.
Mesmo durante as primeiras sessões já serão observados comportamentos, interações e respostas do paciente ao ambiente, ao mesmo tempo em que será oferecida uma escula atenta e sensível, que respeita o ritmo da criança e garante que ela perceba que está em um espaço onde é compreendida e aceita.
Já com adolescentes o processo pode envolver conversas mais diretas associadas ao uso de atividades que propiciem o interesse, como música, arte ou até mesmo tecnologia.
Também é trabalhado para criar um ambiente de respeito e confiança, onde o adolescente se sinta livre para compartilhar seus pensamentos e emoções, sem medo de julgamento.
As sessões iniciais são marcadas por uma abordagem acolhedora e não intrusiva. O psicólogo trabalha para compreender o mundo interno do paciente, ao mesmo tempo em que estabelece limites claros, criando um espaço seguro e previsível. À medida que o vínculo se fortalece, a criança ou adolescente tende a se abrir mais, permitindo que o processo terapêutico avance de maneira mais profunda e significativa.
3) Aprofundamento nas demandas apresentadas
À medida em que os pais trazem as demandas observadas em casa, elas são somadas às demandas percebidas na clínica e são criadas estratégias de enfrentamento para cada uma delas. Seja através da conversa ou de recursos lúdicos, são percebidos meios para alcançar os objetivos da sessão.Com o tempo, as demandas iniciais são superadas e novas demandas surgem como desafios para novos enfrentamentos, até que seja alcançada a alta do processo terapêutico.
4) Devolutivas com os Pais, Alinhamento de Novos Objetivos e Orientação Parental
A devolutiva é a reunião em que serão compartilhadas as primeiras impressões sobre o processo terapêutico e onde será explicado sobre o que foi possível compreender a respeito das primeiras questões trazidas pela criança ou adolescente. Serão esclarecidas dúvidas dos pais, discutiremos possívels hipóteses diagnósticas (se houver) e explicaremos a importância do trabalho conjunto para o progresso do paciente.Com base nas informações coletadas e nas discussões durante a devolutiva, definiremos novos objetivos para o tratamento. Esses objetivos podem envolver mudanças comportamentais, emocionais, sociais ou acadêmicas do paciente; O alinhamento desses objetivos é fundamental para que todos estejam na mesma página e trabalhem de maneira coordenada. Os objetivos são discutidos de forma clara e realista, levando em consideração as possibilidades e limites do paciente, além das expectativas e contexto de cada família, tudo isso preservando o sigilo terapêutico da criança ou adolescente.
A orientação parental tem o objetivo de oferecer aos pais estratégias práticas para lidar com as situações cotidianas que afetam o bem-estar emocional e comportamental do filho. Essas orientações podem incluir: técnicas de comunicação, manejo de comportamentos difíceis, estabelecimento de rotinas e limites e fortalecimento dos vínculos familiares. Essas orientações são personalizadas para cada família, considerando suas dinâmicas, valores e necessidades específicas.